domingo, setembro 18, 2005

SILÊNCIO QUE SE (RE-)VELA


Vou me lembrar
do teu espaço
tão singelo
pra brincar com o embaraço!
e do silêncio de tão belo
a entoar em dom real
um discurso tão sincero!
e nas palavras que se calam
dizem a mim em tom tão sério
que se falassem um pouco além
encobriria seu mistério
de tão perto que se encontra
se esconde sem rodeios
na quietude que revela
instante nobre
de colcheias
e que descobrem no acaso
a quietude que se vela
fica comigo e compartilha a minha cela
e na contenção
tão respeitada
há um colo que aconchega
a minha falta de palavras
que me sinto acompanhada
e (sua) falta de palavras
nos entrega a verdade
cumplicidade
de um silêncio
que nada diz sobre esse vão
e comunica num cochicho
o rabisco de um vento
compreende o meu lamento
e descobre o meu segredo
e então entende que nada sei
sobre o que sinto!
E qualquer palavra que disser
sabe que minto!

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