quarta-feira, janeiro 27, 2010

Quanta bobagem é a poesia

Ela não diz nada,
quando diz, se contradiz

Não te leva a lugar algum.
Não te traduz,
Nem te imita,
Te irrita,
te descobre,
te encobre.

O coração ainda bate

Um morto é mais feliz que eu

Um morto tem lugar, tem memória, tem conquistas
É lutador, batalhador, honesto, sorridente, sonhador.

E eu o que sou?

Eu não tenho nada, não tenho casa, a cabeça ficou fraca,
é uma pirraça
tudo o que faço, o que fiz, o que hei de fazer.

Tudo fica na graça
de quem vê e passa
a minha vida sem graça!

Minha cabeça ficou fraca.
De tanta queda de braço
e lesão no baço
- Não fui eu quem provocou o atentado!!
Eu sofri um bocado,
Alguém arrancou meu coração
e fugiu
Mas meu coração ainda bate
em algum lugar que não sei mais
onde é.

Só o pó

Ficarei mais tranquila
assim, desse jeito,
rendida a tudo, a todos, a todas as ideias
de luta,
prisioneira de guerra.

Essa história de masoquismo
já não é mais minha.

Já não quero ser poeta
Nem súdito héroi feliz

Já não sei mais quem sou
Eu apenas conheço tudo o que sou
e tudo o que poderia vir a ser...
Não me dê mais esperança
Se não houver mais solução
Já desisti de tudo
E agora,
o que falta mais eu fazer???
Estou na inércia.
Se eu desistir de tudo
O fluxo de tudo continuará o mesmo.

Morte

Não adianta nada fazer
As coisas vao crescendo, se movendo
e eu vou continuar aqui
vivendo e morrendo
na poesia.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Solidão

Estou sozinha,
e todos eles estão juntos!

Um deles

A verdade é que
o poeta que ouve também é feliz.

Já eu, há muito tempo,
já não lia alguém bom,

A regra é que a dor de um poeta só se apazigua
com outro poeta.

A questão é que
de tanto me fechar e me fechar

Eu quase que por pouco
não me torno como um deles:
um zumbi!

Lição de casa

Não escrevo como antes, é verdade
Há muito,
já perdi o ritmo, o tom, o som, a poesia

Há muito tempo, deixei de escrever
mas, a verdade é que nunca deixei a poesia.

Quando isso aconteceu
Foi quando eu soube que
o poeta que escreve é feliz.

Vida

Quando eu era pequena,
sonhava fazer o que gostava,
fazer o bem, ser independente,
ter autonomia pra dizer a vida!

Depois, sonhava em fazer artes!
Escrever, pintar, colorir, dançar,
cantar, sorrir, construir,
tudo no ritmo da vida!

Depois, sonhava em conhecer o mundo,
investigar, pensar, buscar, descobrir,
como um detetive no ritmo da vida!

Depois, sonhava em ir à campo,
comprar roupas, vestir bem,
cores que combinassem com meus olhos,
minha pele, meu corpo,
meu rosto.

Depois, eu perdi as esperanças.
E tudo foi-se embora.

A beleza das coisas

Já desacredito em deus, alma penada, religião, ciência, política, caridade, boa ação.

Mas eu ainda acredito no amor.
E na beleza.

E, se ambas morrerem no fim
o que será de mim??

Mas eu ainda acredito no amor.
E o amor é sofrimento, profundidade, dor.

É cor, dança, pavor, medo, apego.
É tudo o que me resta na vida.

Não existe mais nada que eu possa fazer da minha vida.

Vida

Viver é triste.
A gente nasce, cresce,
entende, e quanto mais entende,
mais sofre.

E quanto mais sofre,
mais claro fica
que viver não é vida.

Bicho-papão

Dizem que, lá, do outro lado da vida,
existem espíritos superiores em outra dimensão
guiando nossa alma entre a escuridão.

Cansei.
Não quero saber de alma penada, mal adormecida, esquecida...
Quero é falar com esse tal espírito sabichão.
E por quê não??

Ele tem medo de espírito em perdição??

Salvação

Não tenho mais esperanças nessa vida!

Só espero por uma salvação.

Mas eu sei que isso é esperar em vão.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Verdade

Não,
Não era verdade.

Não era verdade
que saía de férias
e que ía ver Baglioni
cantando em um show.

A verdade era
que eu tinha acordado de manhã.

Argentinos y uruguayos, con placer

Se las personas sufren de la misma manera alrededor del mundo?

No lo sé,
Sé solamente que
argentinos y uruguayos
sufren de un
mal-umor
diverso
del nuestro.

segunda-feira, abril 27, 2009

Orgulho meu

Se, afinal,
tenho algo
de que me orgulho???

Sim, claro:
De minhas poesias.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Ser ou não ser?

Se poeta
entende poeta

como ainda assim
permanecem sós?

Prestando conta com Deus

Podem me culpar,
por fraqueza, cansaço,
ou ineficácia.

Só não podem me culpar
por agir errado,
ser injusta,
suja, falsa ou egoísta

Disto,
podem olhar pro resto do mundo.

Se fracassei,
então, me digam:
Onde foi que eu errei?

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Escuridão

O mundo todo me dá medo
E eu só preciso da sua mão pra me sentir segura.

Mas você é grande
E me dá um colo
um beijo
um olhar
e com outra mão
me acaricia.

E eu nem sabia
que tudo isso eu merecia.

segunda-feira, maio 12, 2008

Me pergunta se te amo?
Eu te digo que é de forma tão singela
que só o oceano sabe.

E se, por ventura, ainda fica dúvida
do meu amor que estou eu por certo já
seja por falta ou ordinárias as palavras
é tanto amor que tenho,
que já não sei o amor eu declarar.

Deixo eu, esta tarefa, a ignorantes como eu
que por tanto amor sentir
já não sabem de amor falar!

E daqueles que o falam, não o creiam
pois quem de amor fluentemente fala
facilmente está a te enganar.

Amor sem palavras, comunica
e de qualquer coisa que se fale
acha sempre
que trai o amor que sente
quando tenta explicitá-lo
a quem se ama.

Seja por falta ou inúteis as palavras
O amor se cala.

E escreve versos como estes.

quarta-feira, março 12, 2008

Teoria do Caos

Hoje,
Acredito tudo no que diz respeito à Teoria do Caos.

Exceto que,
ainda que eu não tivesse te conhecido
Te amaria mesmo assim.

Ainda me recordo
quando eu ficava com o amor só pra mim

Mas não havia um rosto, um traço delicado,
um abraço, um toque,
um riso...

Hoje, não
Eu apenas vivo dele.

segunda-feira, março 03, 2008

Que viagem!

Outro dia
estava eu sonhando:

Estava caindo
e o mundo girando, girando.

O vento passava
e eu ia correndo, correndo.

A terra tremia
e eu voava, voava!

Quando eu acordei
A surpresa:

As coisas continuavam no lugar!

Nada como um bom sono pra colocar as coisas no lugar.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Demanda

Uma falta
Um falo
Uma gozação.


Em resposta ao comentário de Maio, 11º, 2006.